terça-feira, 23 de agosto de 2011

que grande mentira


tudo mentira essa coisa de amor
tudo mentira
existe ciúme e covardia
prisão e nostalgia
tudo mentira essa coisa de felicidade
tudo mentira
existe exigência e pouco tempo
medo e apatia
tudo mentira essa coisa de viver de amor e alegria

terça-feira, 16 de agosto de 2011

fim de tarde fim da tarde


No fim de tarde vem a falta,
durante o dia me distraio com o sol, com as vozes das pessoas e suas risadas,
mas no fim da tarde sinto a ausência, porque o fim da tarde é fim,
tudo bem...é também começo, mas é começo da noite,
e a noite vem escura, e a solidão é sentida.
No fim da tarde eu me lembro de sentir saudade,
sua voz no telefone às vezes fria, às vezes apaixonada, às vezes confusa, às vezes chorada,
é só uma voz. Não há pele, respiração.
No fim da tarde tudo fica claro, apesar de ir morrendo o sol.
No fim da tarde eu entendo que nada vai tirar esse incômodo do meu peito,
essa dificuldade de engolir, inútil tentar.
No fim da tarde eu fico triste,
sentimental romântica brega estilo novela mexicana,
fico achando que minha vida perde o sentido...
E perde.



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ela sonhou que de tão livre
saiu de um frasco de cheirinho
e perfumou o mundo todo
flores e passarinho

ela sonhou que de tão livre
saiu no azul
e olhou nos olhos do liberto vermelhinho
e se encantou com
flores e passarinho

e se enroscou nos ramos e nos espinhos
e se esqueceu das flores e do passarinho
mas não chorou, tão acostumada estava
ao ninho...


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

delírio


dos olhos fechados a luz escorre
tenho febre
a luz incomoda minha tristeza
acordo assustada
não tenho os teus olhos
delírio de febre
calafrio
me abandono na cama
solidão necessária
olhos quentes de luz e lágrima

no escuro dos meus olhos bem fechados
eu vejo
e o que eu vejo é segredo