sábado, 16 de julho de 2011

não adianta fugir do amor


não adianta fugir do amor
ele está em teu pensamento
onde teu pensamento for

não adianta mudar de cidade
e nem de opinião
ele é lembrado num final de tarde
ou em uma fila qualquer pra comprar pão

fugir do amor
não vai acalmar teu coração magoado
não há reza que pare a dor
nem remédio pra desesperado

o amor, meu amor
está no teu peito, e por isso a dor
está na tua cabeça, e por isso a necessidade
está na tua alma, alma que a minha alma invade

quarta-feira, 13 de julho de 2011

um tempo sem poesia

estou vazia de versos
de um vazio que assusta
então melhor calar o poema

sábado, 9 de julho de 2011

eu chorei um pouco
estava caminhando sozinha
e não deixei lágrimas escorrerem
chorei sem som
secando os cantinhos dos olhos com a manga da blusa branca
mas mesmo que disfarçasse
algumas pessoas percebiam
não percebiam que eu estava chorando
mas percebiam que eu estava triste
porque eu estava bem triste

os olhos secos
as mãos geladas
a ponta do meu nariz (feio) bem vermelho
e a manga da blusa branca bem molhada

sexta-feira, 8 de julho de 2011

amor tem som de piano

escuto som de piano
som de piano é som de amor
uma melancolia no fundinho
feito perfume acabando que não acaba
depois vai ficando forte
o som do piano
e o amor lá dentro se encoraja
mas dentro de onde está o amor?
não tem lugar o amor
não tem direito o amor
o mundo é triste
as pessoas estão tristes nas ruas
com a falta dele, o amor
mas tem som de piano o amor

e eu preciso ter calma
para não chorar da falta de amor
e eu preciso resumir minha existência
na última carícia
do meu triste amor

para não chorar da falta de amor

(Poema escrito e inspirado em "Última Carícia", no piano com Milton Rafael Spera Castro)