sexta-feira, 28 de agosto de 2015














Carta a Adriana
Já faz seis meses da sua partida. Estamos levando a vida, com muita saudade engasgada garganta e coração. Não sabia, aliás sabia sim, a falta que me faria. Você era meu porto seguro, porque tantas vezes sozinha em Botucatu, me ancorei no seu abraço. 
Estamos todos trabalhando muito lá na escola, e nós que te amávamos tanto, nos olhamos com mais ternura agora, uma ternura que você nos ensinou, quando segurava nossas mãos de manhã de uma maneira tão sua. Quando sinto muita saudade corro pra Soraia, e compartilhamos sentimentos. Nem preciso trocar palavra com a Ari, e a Thais, parece que sempre que fala em você, vejo nela um olhar de criança. Não sei explicar, mas vi a Thais inocente e frágil, como não a via.
Seus filhos estão cada dia mais lindos. Sentem sua falta, um vazio inexplicável, e vão vivendo como aprenderam com você. A Sofia está mocinha, a sua pequena. Inteligente, forte, e quando sente sua falta, percebo seu olhar mais fundo e perdido, mas sinto orgulho ao perceber que muito do que ela é hoje, foi você que a ensinou. O Bento cresceu muito nestes últimos seis meses, ele não se lembra de você, mas é como se lembrasse, pelo tamanho carinho pela Bá, ou a paixão em correr para o colo do André. O Gui continua tatuando, e me amando, como você torcia pra ser, lembra?
Pois é minha amiga, os alunos também sentem sua falta, às vezes pego algum olhando esperançoso para a secretaria. Bem, minha amiga, só queria te mandar notícias da gente. Ainda há tristeza, mas sua alegria, a lembrança do seu sorriso, vai nos curar, tão cheia de luz sei que você está. Esses dias tem chovido e feito frio, mas hoje o sol voltou. Botucatu é uma cidade bonita no frio.
Um grande beijo.
Ah! E mande beijos para os anjos, que ai moram com você agora, já que voltou pra sua casa no céu.                                                                                               de sua amiga irmã eterna Luciana.