terça-feira, 22 de novembro de 2011

liberta


saio de casa
não gosto
volto

tomo um sorvete
tá demais
eu cuspo

sinto vontade
eu ligo
eu choro
eu grito
dá sono
eu durmo

sinto saudade
escrevo
telefono
se for bobagem
eu sumo

estou no tédio
caminho
no vento
na chuva
sem hora

tenho sede
bebo água
suco
pinga
e me esqueço

tenho hora
desapareço
desligo o telefone
me enfeito

se os assusto
peço perdão
mas me respeito

quero sexo
amor
música
livros
e passeios

me refaço
me desfaço
sou uma
muitas
não importa

liberdade
até na dor
liberdade

liberdade
mesmo que tarde
liberdade

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

dia bonito

ando cansada de ouvir minha voz
repetindo a mesma coisa
como se ao falar
eu compreendesse
o que não compreeendo
o dia está bonito
mas eu não estou
falta a minha alegria que vinha com o sol
me perdoem os que precisam de mim
eu não sou capaz de amparar por enquanto
tão desamparada e perdida me sinto
tão cansada dos meus problemas
meus sonhos desfeitos
um gosto muito amargo a solidão
depois de ter sido amada
eu não conheço mais esse tipo de amor
eu não sei o que foi feito da minha sensibilidade
e da minha crença de que tudo se resolveria
eu não sei por onde anda minha alma
eu vou aprender novamente a ver o dia bonito
aprendemos não?
mas esse aprendizado exige muito agora
agora vejo o dia bonito
e penso no quanto me sinto só e infeliz