sexta-feira, 24 de junho de 2011

Feminista sim!

Quando era pequena, me ensinaram a sentar feito mocinha, não falar palavrão, comer direitinho, ser virgem até casar, ter modos(seja lá o que for isso), eu não deveria beber, coisa tão feia para o gênero feminino.
Deveria ir à missa e pedir perdão pelos pecados, que eu inventava para não desapontar o padre, coitado, ele estava lá para ouvi-los e eu tinha que me confessar, afinal eu era filha de Eva, aquela da maçã, e olhe que naquela época eu só era uma criança, nem menino, nem menina. Era só infância sem sexo.
Então em um dia, de repente acordei e me senti infeliz, eu não queria ser mocinha, eu queria ser só mulher.
Me sentei tranquilamente sem modos e besteiras no sofá da sala, gritei palavrões, que desde então nunca mais saíram da minha boca, dei risadas tão altas e não contei nadinha para o padre, nunca mais eu disse pra ele dos meus pecados, porque me esqueci de cada um deles. Fugi do paraíso, fiz sexo com prazer, queimei o vestido perfeito, pintei os cabelos de vermelho. Levantei a cabeça pra quem me oprimia, passei a responder, me tatuei inteira.
Eu não queria modos, queria liberdade.
Sou uma dona de casa, porque minha casa é minha e gosto dela, sou professora de literatura porque preciso educar com poesia, sou mãe, por desejo de amamentar, cuidar, carregar e libertar. Amo um homem, não por ser fraca, mas por ser romântica e muito afetiva. Choro à toa não por ser mulher, mas por ser sensível a qualquer causa, a qualquer sofrimento, diferença ou maldade. Eu sou uma mulher feliz, pela consciência que obtive durante minha vida de 37 anos. Feminista, casada, mãe, professora, feminina, masculina...

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